segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A Palhaça

Quando eu era acanhada e da roça, eu era mais contente. O mundo globalizou-se. Lá vou eu estudar na cidade de gente grande, para me tornar civilizada, bem estruturada e ser mais uma imigrante. Guiada, Deus meu, pelo espírito de liberdade e perseverança. Os anos passam, as exigências crescem a cada dia.

Riam! Mas só um robô bem projetado para dar conta dos requisitos a seguir.

A buzina elétrica dispara.

Mulheres! Sejam boas donas de casa, cuidem bem dos seus filhos, dêem a eles carinho, amor...

Mulheres! Se cuidem, façam as unhas, o cabelo, ah! Usem no dia-a-dia um batom, um...

Mulheres! Não traiam seus maridos, sejam carinhosas, façam amor gostoso...

VEM A PARTE INTERESSANTE.

Mulheres! Estudem, dêem o máximo que puder, o mercado de trabalho está competitivo, vocês estão conquistando o devido lugar no meio social...

As palhaças! Fazem Faculdade, Cursos Extracurriculares, Pós, MBA, Mestrado, Doutorado...

O que me deixa indignada é que exigem que tais qualidades sejam almejadas e conquistadas por elas, quando efetivamente alcançam, simplesmente as tratam assim:

- Se for bonita, é burra;

- Se for gostosa, é sem vergonha;

- Se gostar de vestir-se bem, é perua;

- Se for esforçada, tem problemas sentimentais;

- Se for inteligente, é chata.

Sinceramente, a sociedade de hoje é extremante ridícula. A mulher virou um boneco de fantoche, onde é puxada pela mídia, para lá e para cá. A psique delas está por um fio. Vemos a todo momento mulheres perdida no espaço sem ao menos uma bússola, mesmo aquelas consideradas “escoladas”.

Apesar dos tempos difíceis das épocas passadas, a mulher era sinônimo de uma beleza estonteante, era comparada a uma flor, por seu encanto, seu cheiro agradável, o doce companheirismo e respeito. Hoje, está mais para uma boneca inflável. A parte pior dessa história é que, pelo andar da carruagem, este fenômeno é irreversível.

Carla Batista.


Att:Essa crônica já fo piblicada no jornal Noitedia de Feira de Santana....
Ela saiu na primeira capa!

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