Os alimentos são substâncias utilizadas pelos animais como fonte de matéria e energia para realização das suas funções vitais. É importante que eles sejam tratados de forma adequada para que não acarretem ameaças à saúde publica. De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde, cerca de 3,4 milhões de pessoas foram internadas no Brasil por causa de doenças transmitidas por alimentos entre 1999 e 2004. Em média, foram 568 mil casos por ano. Esse número, contudo, é ainda maior, uma vez que muitos casos não são notificados aos órgãos de saúde.
A pesquisadora Socorro Bastos, da Embrapa Agroindústria Tropical, afirma que em cada elo da cadeia produtiva podem ocorrer problemas no que se refere à segurança dos alimentos. Os riscos, segundo ela, começam no campo e se estendem aos pontos de venda e pontos finais de consumo. O uso inadequado de defensivos agrícolas, condições precárias de armazenamento e descumprimento de normas básicas de higiene estão entre algumas das causas da contaminação. "É importante ter o controle de todas as etapas, para que os perigos sejam reduzidos", afirma.
Quando algo sai errado, as consequências podem ser imediatas ou de longo prazo. Os sintomas de uma diarreia causada por alimentos contaminados manifestam-se horas depois da ingestão. Um bom exemplo disso são os casos de hospitalizações coletivas de consumidores, divulgados esporadicamente na imprensa. Em outros casos, o consumo continuado de alimentos contaminados com resíduos de pesticidas, metais pesados, aflatoxinas ou outros contaminantes, podem causar doenças que se manifestam após anos de uso.
De acordo com Socorro Bastos, o aparecimento de bactérias conhecidas como "emergentes" e de novos contaminantes reforça essa preocupação: "A pesquisa é uma ferramenta imprescindível para detectar substâncias e produtos que possam causar danos à saúde. Há muitos elementos nocivos que não eram conhecidos ou estudados antes, e são necessárias pesquisas sobre processos e formas de evitar esses perigos".
Mais que um problema do ponto de vista da saúde pessoal, a falta de cuidado com a segurança dos alimentos acarreta grandes danos econômicos. Uma ameaça de contaminação pode fazer com que a venda de determinado produto seja proibida em grandes mercados consumidores como os Estados Unidos e a União Européia. Para quem exporta, é essencial contar com o maior grau de segurança possível. Nesse sentido, adotar Boas Práticas de Fabricação e obter certificações nacionais e internacionais são uma boa solução para quem produz.
Clique aqui para ler a reportagem completa na revista Agroindústria Tropical, produzida pela Embrapa Agroindústria Tropical, (2,28 MB - arquivo PDF).
FONTE
Embrapa Agroindústria Tropical
Ricardo Moura - Jornalista
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